domingo, 1 de março de 2015

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma doença, ou melhor dizendo um transtorno neurobiológico, inicialmente vinculado a uma lesão cerebral mínima. Ela nasce com o indivíduo; aparece já na pequena infância e quase sempre acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ela se caracteriza por sinais claros e repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade. Existem vários graus de manifestaçao do deficit de atenção (Wikipédia).No DSM-IV-TR (2002, p. 112), as características principais para diagnósticar o transtorno de défict de atenção/hiperatividade consiste num padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, mais frequente e grave do que aquele tipicamente observados nos indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento.Para Brown (2007, p. 19), existe uma concepção errônea do transtorno do déficit de atenção sobre o foco e força de vontade. È um mito pensar que o TDA é somente a ausência de força de vontade. As pessoas com TDA conseguem enforcar muito bem as coisas que as interessam, elas poderiam se realmente quisessem manter o foco em qualquer outro tipo de atividade. É um fato falarmos que o TDA se parece realmente com um problema de força de vontade, mas não é. Ele é essencialmente um problema químico nos sistemas de gerenciamento do cérebro.
Atividade Reflexiva
Como é possível alguém prestar tanta atenção em algumas coisas e, ao mesmo tempo, ser tão incapaz de prestar suficiente atenção a outras tarefas que reconhece como sendo importantes e que deseja desempenhar?
Alguns indivíduos que sofrem cronicamente com a falta da habilidade de prestar atenção são capazes de focar sua atenção perfeitamente em atividades que os interessam, isto ocorre, porque possuem domínios nos quais conseguem prestar atenção sem nenhuma dificuldade. A desatenção pode manifestar-se em situações escolares, profissionais e sócias. 

Os indivíduos com este transtorno podem não prestar muita atenção a detalhes ou podem cometer erros por omissão de cuidados nos trabalhos escolares ou outras tarefas. Os indivíduos com freqüência têm dificuldades para manter a atenção em tarefas lúdicas e consideram difícil persistir em tarefas até seu termino. Eles frequentemente dão a impressão de estarem com a mente em outro local, ou de não haver escutado o que recém foi dito (DSM-IV-TR 2002, p. 112).
Outra característica frequentemente encontrada em indivíduos com transtorno de atenção é a falta de comprometimento em terminar uma tarefa. Este fato ocorre devido à desatenção ou a dificuldade em compreender as instruções. Geralmente estas tarefas são vistas como desagradáveis e acentuadamente aversivas, pois exigem um esforço mental constante.
Os hábitos de trabalho frequentemente são desorganizados e os materiais necessários para a realização da tarefa com freqüência são espalhados, facilmente distraídos por estímulos irrelevantes e habitualmente interrompem tarefas em andamento para dar atenção a ruídos ou eventos triviais que em geral são facilmente ignorados por outros. Eles frequentemente se esquecem coisas nas atividades diárias (DSM-IV-TR 2002, p. 112).
Brown (2007, p.75) relata que algumas crianças portadoras da síndrome do TDA não são somente não cooperativas, são intensamente opositoras – muitas vezes respondendo, argumentando e comportando-se de modo extremamente exigente. Muitas delas são rápidas em fazer escândalos memoráveis se não têm permissão para comer aquilo que desejam. Muitas dessas crianças são também excessivamente presunçosas e atrevidas com os pais e irmãos, agindo como se todos os seus desejos tivessem de ser imediatamente satisfeitos.
O DSM-IV-TR (2002, p. 121) vem apresentado os níveis de gravidade, como veremos abaixo.
·   Leve: poucos problemas de conduta – se existirem – excedendo aqueles necessários pra fazer o diagnostico estão presentes, e os problemas de conduta causam danos relativamente pequenos a outros.
·   Moderado: O numero de problemas de conduta e o efeito sobre os outros são intermediários entre “leves” e “severos”.
·  Grave: Muitos problemas de conduta além daqueles necessários para fazer o diagnostico estão presentes, ou os problemas de conduta causam consideráveis a outros.
Crianças com TDA que convivem em ambientes estressantes, principalmente os pais que nunca aprenderam a administrar com eficácia as atitudes dos filhos. Neste caso, causaram sérios problemas à criança, também aos pais e as demais pessoas que fazem parte do seu contexto.
O estudo de DuPaul demonstrou que essas crianças pré-escolares com TDAH eram menos cooperativas, não somente com seus pais, mas também com seus colegas de escola e professores Quando observadas em uma situação livre de qualquer controle, em suas salas de aula, as crianças com TDAH exibiram níveis significativamente mais elevados de comportamento social negativos com seus colegas de classe. Os professores classificaram as crianças com TDAH como exibindo, claramente, níveis mais baixos de cooperação social e níveis mais elevados de problemas comportamentais, como também níveis elevados de desatenção, hiperatividade e impulsividade (Brown 2007, p.76)
Outra pesquisa realizada por Camphell em crianças em idade pré-escolar difíceis de serem controladas por mau comportamento em casa variava consideravelmente na qualidade de seus relacionamentos com colegas. Algumas querem brincar com as outras crianças mais eram muito agressivas e vigorosamente dominantes enquanto brincava, isto resultou que fossem ativamente evitadas pelas outras crianças. Outras crianças que tinham dificuldades consideráveis em casa eram capazes de agir de acordo com seu grupo de idade em relação às demais, obtinham considerável prazer e apoio enquanto estavam com os colegas de classe. Outras ainda, apesar de opositoras e difíceis de serem controladas em casa, foram menos assertivas e relutantes com outras crianças. Como resultados acabaram se isolando e, por terem evitado contato com seus colegas, desenvolveram um nível menor de competência nos relacionamentos sociais, conservando-se reticentes com relação às outras crianças (Brown 2007, p.77).
Outra característica importante do TDAH são os problemas de linguagem, que envolve muito mais do que simplesmente o processo receptivo dos significados das palavras. Existem duas categorias de transtorno de linguagem: no tocante ao entendimento daquilo que as outras pessoas estão tentando comunicar (linguagem receptiva) e relativamente à expressão dos próprios pensamentos e sentimentos (linguagem expressiva) (Brown 2007, p.78).
Para Brown (2007, p. 79), é comum as crianças com TDAH apresentarem problemas combinados relacionados à audição, à fala e ao senso pragmático. Cada uma dessas atividades de comunicação envolve as funções executivas. A audição não é uma habilidade simples e passiva. Envolve receber e organizar ativamente informações não verbais: palavras faldas, tom de voz, expressões faciais e gestos apresentados pelo locutor. O ato de falar envolve a escolha ativa de palavras, organizando-as em frases e sentenças, falando-as com fluência, volume e tom de voz apropriada à compreensão das outras pessoas, utilizando expressões faciais e gestos para enfatizar ou esclarecer alguns significados.
Problemas com matemática e leitura, também fazem parte do diagnostico de crianças com TDAH. Apresentam baixos desempenhos na leitura, advindos da dificuldade de manter á atenção ou a persistência na reorganização das palavras no texto. Na matemática a dificuldade pode envolver desde falta de atenção aos detalhes (por exemplo, sinais de subtrair, adicionar, multiplicar ou dividir), como também as funções da memória.
O transtorno de déficit de atenção é difícil de ser diagnosticado em crianças com menos de 4 ou 5 anos, porque exigimos delas pouca atenção prolongada. Este comportamento característico é apenas exigido quando a criança atinge uma idade maior.
O transtorno de déficit de atenção é muito mais freqüente no sexo masculino. Muitos indivíduos podem também apresentar QI elevado. Seu desempenho pode ser prejudicado pela dificuldade que o indivíduo tem de manter a atenção.
O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é encontrado com maior freqüência nos parentes biológicos em primeiro grau. Estudos mostram a influência genética na hiperatividade, impulsividade e desatenção. Entretanto o indivíduo também sofre influencias da escola, da família e do contexto inserido. 

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