domingo, 4 de julho de 2021

A Técnica e a Linguagem do Brincar

Ao iniciar na década de 20 o trabalho com crianças e bebes, Klein desenvolveu um novo instrumento de trabalho, e como ocorre no mundo cientifico, essas novas descobertas exigiram o uso de novas ferramentas. No caso da análise de crianças, a nova técnica foi o brincar, ou seja, as atividades lúdicas. Diferentemente dos demais estudiosos da época, Melanie Klein considerava “o brincar” como um material suscetível de interpretação no quadro da situação transferencial. As brincadeiras podem representar simbolicamente suas ansiedade e fantasias, dando acesso à sexualidade infantil e à agressividade. Tratamos aqui o brincar como equivalente a expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes. “O brincar é um cenário imaginário no qual a dimensão simbólica se faz presente, onde a criança busca reordenar-se frente ao mundo, buscando dominar por meio do jogo as suas experiências, reproduzindo ativamente aquilo que viveu passivamente”. (Souza, 91) Dica: Realize com as crianças “A Brincadeira Improvisada”, você verá que elas expressarem conteúdos inconscientes de seu psiquismo, assim como os adultos o fazem nas expressões verbais. Klein notou que as brincadeiras das crianças, os seus jogos, as historias e encenações que inventam, os desenhos que fazem, tudo enfim, podia ser visto e escutado, como se fosse o falar do adulto. Propôs desde que possamos falar com a criança em sua linguagem e de forma compreensível, as interpretações dadas a ela podem produzir um efeito profundo em seu psiquismo, proporcionando significativa melhora em sua vida social, emocional e intelectual (Viver Mente & Cérebro, 38).

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