Graduada em Psicologia pela PUC/PR. (1992); Pós Graduada em Administração de Recursos Humanos pela UFPR.(1993); Mestre em Engenharia da Produção pela UFSC.(2002). Instrutora de treinamento no Senac – Curitiba. Desempenhei atividades acadêmicas, nas áreas de graduação, pós-graduação e ensino a distância. Capacitação para cuidadores e CMEI. Atualmente atuo com Orientação Vocacional e com Psicologia Clínica Infantil e Adulto.
domingo, 2 de abril de 2023
ANSIEDADE
Existem três emoções negativas mais importantes que produzem uma experiência emocional desagradável, como a ansiedade, a raiva e a tristeza. Estas são consideradas hoje em dia as emoções negativas que tendem a comprometer a saúde das pessoas. Por exemplo, em períodos de estresse, quando as pessoas desenvolvem muitas reações emocionais negativas, é mais provável que surjam certas doenças relacionadas com o sistema imunológico, como a gripe, herpes, diarréias, ou outras infecções ocasionadas por vírus oportunistas.
Dentro das emoções negativas, uma das reações emocionais que mais se destaca é a ansiedade, pois é um estado emocional, associado a múltiplos transtornos. Uma segunda emoção negativa que está sendo muito estudada é a raiva, por sua estreita relação com os transtornos cardiovasculares. Finalmente, a tristeza e sua representação psicopatológica, a Depressão, pelo fato desta se acompanhar, em geral, de altos níveis de ansiedade.
A ansiedade pode ser considerada como uma reação natural que se produz diante de certos tipos de situações na qual a pessoa necessitaria de recursos adaptativos extras. As situações onde se desencadeiam a reação de ansiedade têm em comum, em geral, a previsão subjetiva de possíveis conseqüências negativas para o indivíduo.
Quando a pessoa experimenta altos níveis de ansiedade, durante tempo prolongado, seu bem estar psicológico se encontra seriamente prejudicado, seus sistemas fisiológicos podem se alterar por excesso de solicitação, seu sistema imunológico pode ser incapaz de defender seu organismo, seus processos cognitivos podem se prejudicar, provocando uma diminuição do rendimento e, finalmente, a evitação das situações que provocam essas reações ansiosas pode comprometer sua vida sócio-ocupacional.
As tentativas de livrar-se da ansiedade nem sempre têm êxito, pois algumas pessoas que aparentam certa tranqüilidade podem estar desenvolvendo uma alta reatividade fisiológica. São pessoas obrigadas, pelo papel social que desempenham, a dissimular sentimentos diuturnamente, mas nem por isso significa que não estão, intimamente, experimentando tais emoções.
A ansiedade apesar de ser considerada uma reação emocional normal e que surge como resposta do organismo diante de determinadas situações, quando sua freqüência, intensidade ou duração forem excessivas, torna-se patológica. Psiquiatricamente a presença de forte estado ansioso, não somente pode ser a base dos denominados Transtornos de Ansiedade, mas também estar associada freqüentemente à depressão.
Muitos estudos vêm apontando os transtornos psicossomáticos como: transtornos cardiovasculares, digestivos, as cefaléias, a síndrome pré-menstrual, a asma, transtornos dermatológicos, transtornos sexuais, a dependência química, os transtornos da alimentação e debilidade do sistema imune.
As emoções negativas podem, por sua vez, determinar não apenas uma repercussão orgânica, como de vê em psicossomática, mas, sobretudo, uma repercussão psico-emocional. Neste caso, o excesso de ansiedade poderia se traduzir por Transtornos de Ansiedade. Atualmente as classificações internacionais (CID.10 e DSM.IV) reconhecem as seguintes manifestações clínicas da ansiedade patológica:
- Ataque de Pânico: caracteriza-se por crise súbita de sintomas de apreensão, medo intenso ou terror, acompanhados habitualmente de sensação de morte iminente. Aparecem também durante estes ataques, sintomas como palpitações, opressão ou mal estar torácico, sensação de sufocamento, medo de perder o controle, de ficar louco.
- Agorafobia: caracteriza-se pelo aparecimento de ansiedade ou comportamento de evitação de lugares ou situações de onde escapar pode ser difícil ou complicado, ou ainda de onde seja impossível conseguir ajuda no caso de se passar mal.
- Fobia específica: caracteriza-se pela presença de ansiedade clinicamente significativa, como resposta à exposição a determinadas situações e/ou objetos específicos temidos irracionalmente, dando lugar a comportamentos de evitação.
- Fobia social: caracteriza-se pela presença de ansiedade clinicamente significativa como resposta a situações sociais ou atuações em público, e também podem dar lugar a comportamentos de evitação.
- Transtorno obsessivo-compulsivo: caracterizam-se por obsessões que causam ansiedade e mal estar significativos, e/ou compulsões, cujo propósito é neutralizar a ansiedade. As obsessões são idéias involuntárias, recorrentes, persistentes, absurdas e geralmente desagradáveis que aparecem com grande freqüência sem que a pessoa possa evitá-las. As compulsões são comportamentos repetitivos e litúrgicos que se realizam em forma de rituais.
- Transtorno por estresse pós-traumático: caracteriza-se pela recorrência de experiências ou de acontecimentos altamente traumáticos, e comportamento de evitar os estímulos relacionados com a situação vivida como traumática.
- Transtorno por estresse agudo: caracteriza-se por sintomas parecidos com o transtorno por estresse pós-traumático que aparecem imediatamente depois de um acontecimento altamente traumático.
- Transtorno de ansiedade generalizada: caracteriza-se pela presença de ansiedade e preocupações excessivas e persistentes durante pelo menos seis meses.
- Transtorno de ansiedade induzido por sustâncias: caracteriza-se por sintomas proeminentes de ansiedade secundários aos efeitos fisiológicos diretos de uma droga, fármaco ou tóxico.
- Transtorno de ansiedade no especificado: existe para encaixar aqueles transtornos que se caracterizam por ansiedade ou evitação fóbica proeminentes, que não reúnem os critérios diagnósticos dos transtornos de ansiedade já mencionados.
Cigarro provoca mais ansiedade
A idéia de que o cigarro acalma os nervos parece estar distante da realidade dos fumantes que se justificam pelo efeito calmante do tabaco e nicotina. Pesquisa recente indica um aumento no risco de problemas de ansiedade em pessoas que fumavam, durante a adolescência, pelo menos um maço de cigarros por dia.
As pessoas ansiosas por natureza começam a fumar por pensarem que o cigarro vai acalmá-las e ajudar a se portarem adequadamente em situações sociais, mas isto na verdade não ocorre. Pesquisas levam por terra essa argumentação. Adolescentes que já tinham problemas de ansiedade não se tornavam, necessariamente, dependentes do cigarro. É possível que o cigarro torne as pessoas mais ansiosas porque afeta seu sistema respiratório ou, então, a nicotina seja geradora de ansiedade, arriscam.
Sabe-se que, causando ou não problemas de ansiedade, o tabaco é responsável pelo desenvolvimento de uma série de doenças. Vinte e cinco por cento das mortes causadas por doença coronariana, 85% daquelas causadas por doença pulmonar obstrutiva crônica e 30% das decorrentes de todos os tipos de câncer estão associados ao consumo do cigarro.
No Manual de Tabagismo do Dr. Luiz Fernando Pereira obtemos informações gerais das causas e problemas, bem como, técnicas que podemos usar para abandonar o vicio do cigarro.
A nicotina causa dependência por meio de processos biopsicossociais parecidos com os da cocaína, álcool e heroína. O cérebro dos viciados em nicotina tem grande número de receptores que dependem da nicotina para funcionarem bem. A nicotina atinge o cérebro em menos 10 segundos e causa liberação de dopamina, endorfinas, etc. Essas substâncias são responsáveis por sensações de prazer, melhora da concentração, melhora do humor e redução dos sintomas de abstinência. O dependente da nicotina aprende e acredita que o cigarro:
• “Preenche vazios internos”,
• “É companheiro”,
• Ajuda a lidar com o estresse,
• Ajuda a lidar com os sentimentos positivos ou negativos,
• Facilita as interações sociais e
• Leva a sensação de segurança.
Aproximadamente 30% dos adultos são fumantes e consomem mais de 7 trilhões de cigarros/ano. A alta porcentagem de fumantes se deve em parte:
• Ao poder de viciar da nicotina,
• A pouca orientação dos jovens quanto aos riscos do tabaco,
• A falta de aplicação das leis anti-fumo,
• A falta de legislação mais rígida proibindo o fumo,
• As mentiras divulgadas pela mídia
• E a grande facilidade para comprar o cigarro.
Fumar causa prejuízo a saúde
• Vasoconstricção e redução do fluxo de sangue para os tecidos,
• lesão do endotélio dos vasos,
• Aumento da agregação plaquetária,
• Aumento da pressão arterial,
• Aumento da freqüência cardíaca,
• Redução do colesterol bom (HDL),
• Redução da liberação do oxigênio para os tecidos (carboxihemoglobina),
• Aumento da acidez do estômago;
• Irritação e inflamação dos olhos, garganta e vias aéreas,
• Paralisação e destruição dos cílios das vias aéreas, dificultando e eliminação de muco e catarro,
• Aumento da produção de radicais livres que lesam as células,
• Aceleração da arteriosclerose.
• Triplica o risco de morte por infarto em homens com menos de 55 anos e
• Má circulação nas pernas,
• Impotência sexual e
• Causa câncer na: boca, faringe, laringe, traquéia, pulmões, esôfago, estômago, rins, bexiga, colo do útero etc.
Fumo e doenças respiratórias
Fumar aumenta a queda da capacidade respiratória com a idade e aumenta o risco de problemas respiratórios como:
• Tosse, chiado e falta de ar,
• Bronquite crônica e enfisema
• Laringite (rouquidão),
• Infecções das vias respiratórias,
• Crise de asma.
Fumante passivo
As pessoas que estão próximas dos fumantes, especialmente em ambientes fechados, inalam mais de 400 substâncias que podem prejudicar a saúde. O fumante passivo tem maior risco de câncer de pulmão e infarto do miocárdio.
As crianças que convivem com pais fumantes tem maior risco de infecções respiratórias, bronquiolites, asma, otite e infecções da garganta (amigdalites). A gestante fumante tem maior chance de abortar, de ter filho prematuro, de baixo peso e de morte do filho no período perinatal.
O fumo passivo pode causar dor de cabeça, tontura, irritação dos olhos e nariz, aumento de problemas respiratórios, etc.
A dependência a nicotina é tão intensa que a maioria dos pacientes que sofrem infarto, derrame cerebral ou tem câncer voltam a fumar, após a alta hospitalar.
Parar de fumar significa melhora:
• Da capacidade física,
• Do gosto pelos alimentos,
• Do olfato,
• Redução do risco de câncer,
• Redução do risco de doenças cardiovasculares e respiratórias,
• Aumento da expectativa de vida,
• Na redução dos gastos com saúde,
• Da situação financeira por não comprar cigarros.
Tratamento para interromper com o vicio
Parar de fumar não é um ato isolado na vida. A sensação de perda é muito grande e o fumante deve encarar a cessação como uma oportunidade de fazer um balanço e modificar seus hábitos e estilo de vida. Apenas 5% dos fumantes conseguem parar de fumar por conta própria.
O tabagismo é uma doença crônica, e o fumante deve ser tratado como um dependente de drogas. A maioria dos fumantes necessitam de auxílio médico e muitos de remédios que reduzam a vontade fumar e os sintomas de abstinência. Muitos fumantes só conseguem parar de fumar após 3 ou 4 tentativas.
O tratamento do tabagismo se baseia em orientações, terapia, reposição de nicotina, com emplastro ou goma de mascar, para reduzir os sintomas de abstinência, uso de medicamentos que reduzam a vontade de fumar (bupropiona) e apoio de amigos, familiares e profissionais da saúde.
Como parar de fumar?
• Anote os motivos mais importantes que o levaram a parar de fumar.
• Anote as situações nas quais você fuma automaticamente,
• Modifique sua rotina e encontre alternativas para não fumar durante os gatilhos
• Marque o dia que ira parar de fumar
• Escolha um dia especial
• Evite dias agitados e estressantes
• Utilize a medicação que seu médico
• Reduza o número de cigarros fumados
• Limpe a casa, local de trabalho e carro. Jogue fora cinzeiros e isqueiros, acabe com o cheiro do tabaco
• Peça ajuda aos amigos e familiares.
Abstinência
O tabagista fuma para evitar os sintomas de abstinência. Esses sintomas surgem algumas horas após o último cigarro, atingem o pico em 2 a 3 dias e desaparecem depois de 2 a 4 semanas. As manifestações mais comuns da são:
• Ansiedade,
• Irritação,
• Insônia,
• Mal humor
• Desânimo,
• Dificuldade de concentração,
• Aumento do apetite e
• Vontade intensa de fumar
Como reduzir o estresse e driblar a vontade de fumar
• Pratique esportes e caminhadas
• Respire lentamente e profundamente
• Beba bastante água
• Coma alimentos leves
• Para não engordar pratique esportes e faça dietas mais saudáveis.
ANSIEDADE E OS TRANSTORNOS ALIMENTARES
Para Rosemeire Zago a ansiedade é uma das maiores dificuldades e o maior obstáculo para quem está querendo emagrecer, podendo estar diretamente relacionada com os Transtornos Alimentares.
Os quadros ansiosos mais patológicos podem ser classificados em vários transtornos e um deles é o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, que é um transtorno que visa um alívio da ansiedade. Como os comportamentos compulsivos tendem a ser repetitivos e contínuos, muitas vezes eles acontecem automaticamente, por isso que observar e ter consciência desses comportamentos pode ajudar a controlá-los. Esses comportamentos têm o objetivo de prevenir, reduzir ou aliviar o desconforto gerado pela idéia obsessiva, alguma situação temida ou, ainda, aliviar a ansiedade gerada por alguma situação.
São hábitos aprendidos por alguma gratificação emocional imediata que proporcionam. Mas, essa pseudo-gratificação emocional, seja pelo prazer ou alívio do desprazer, reforçará com que se repita sempre, mas com o tempo, depois desse alívio imediato, segue-se a culpa por não ter conseguido controlar-se. Mesmo assim, a gratificação inicial permanece forte, levando a repetição.
Por exemplo, a pessoa está ansiosa e come para aliviar sua ansiedade. Imediatamente há a gratificação com o alívio da ansiedade, que é relacionado com o ato de comer, mas passado algum tempo, sente culpa pela falta de controle por ter comido exageradamente. Isso a fará com que coma de novo, pois
registrou em sua mente que a comida tem a capacidade de aliviar
o que sente. É um círculo vicioso que pode ser rompido através da conscientização, tanto dos seus sentimentos, como dos comportamentos compulsivos.
Pessoas com comportamentos compulsivos sentem angústia ou ansiedade na ausência ou na impossibilidade em realizar a atividade compulsiva, fazendo com que se torne dependente dessas atitudes, podendo reservar um tempo significativo para tais realizações e comprometendo muitas vezes o trabalho, a vida familiar e afetiva.
Referencia Biográfica
DMS-IV-TR _ Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre. Artmed, 2002.
Kaplan & Sadock. Compendio de Psiquiatria – Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clinica. 9ª. Edição, Porto Alegre, Artmed.
Gerry Richard J. & Zimbardo Philip G. A Psicologia e a Vida. Porto Alegre: Artmed, 2005.
Saúde Mental. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/visualizar_texto.cfm?idtxt=23423. Acessado em 22.08.2007
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?362, Acessado em 22.08.2007.
Tabagismo e Ansiedade. Disponível em http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol30/n6/221.html. Acessado em 22.04.08.
Zago, Rosimeire. Disponível em http://www1.uol.com.br/cyberdiet/colunas/050404_psy_ansiedade2.htm. Acessado em 22.05.08.
http://ligapneumo.vilabol.uol.com.br/manual_tabagismo.htm. Acessado em 23.05.08.
http://www.ansiedade.com.br/ansiedade/ Acessado em 22.05.08.
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